sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mulheres Mil terá mais de 100 núcleos no País

O Ministério da Educação já definiu os cem núcleos do Programa Mulheres Mil, que irão promover a emancipação social e econômica, e elevar a escolaridade das mulheres brasileiras em situação de vulnerabilidade social. 

Os escolhidos são os campi da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica que vão se tornar núcleos de atendimento. Os municípios foram escolhidos entre os Territórios da Cidadania, formados por regiões de baixo índice de desenvolvimento humano [IDH]. Cada um dos cem campi receberá R$ 100 mil para implementar o programa nas comunidades. 
A meta do programa é atingir 10 mil matrículas até o final deste ano e 100 mil até 2014. Somam-se a esses novos núcleos os 13 já existentes do projeto-piloto do programa, o que totaliza 113 comunidades que serão atendidas pela política que também integra o programa Brasil Sem Miséria, do governo federal. 

Os novos núcleos foram distribuídos na região Nordeste (32), no Norte (18), na região Sudeste (20) e no Sul (18), além de 12 localidades no Centro-Oeste. 

Patrícia Barcelos, diretora de integração das redes de educação profissional, destaca a implantação de uma nova metodologia de formação nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia. “A expectativa é de implementar a nova metodologia do programa nos campi dos institutos federais, além de promover a inclusão social de mulheres em vulnerabilidade social e trabalhar com a lógica de melhoria da renda e desenvolvimento do ensino nas comunidades atendidas”, afirma. 

Os 200 gestores dos novos núcleos do programa participam de curso de formação, em Brasília, onde são apresentados à metodologia do programa (sistema de acesso, permanência e êxito, metodologia de avaliação, entre outros). Cada um trabalhará em uma comunidade com perfil diferente, muitas vezes em um mesmo estado. 

É o caso de Roraima, onde serão beneficiárias do programa mulheres de assentamentos rurais de cinco municípios (Caracaraí, Rorainópolis, São João da Baliza, São Luís do Anauá e Caroebe). De acordo com Juliano Jonas de Melo, coordenador de extensão do campus Novo Paraíso, do Instituto Federal de Roraima, parte do curso será realizado nas próprias comunidades, com foco em formação ligada à área de alimentos e à agricultura. “Queremos promover condições para a melhoria da gestão das pequenas propriedades rurais pelas mulheres beneficiárias”, disse. 

Em Amajari, também em Roraima, as beneficiárias serão mulheres indígenas das diversas etnias que compõem parte da população local. A socióloga Adeline Carneiro Farias, que será gestora do programa no campus Amajarí do instituto, explica que a demanda por formação surgiu a partir das próprias comunidades indígenas, que hoje sofrem com o êxodo de seus membros. “Se potencializarmos os saberes das mulheres daquelas comunidades, poderemos fortalecer o mercado local e gerar renda para combater o êxodo não só das mulheres, como de toda família”, ressalta. 

Parceria 

Em 2007, uma parceria da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC) com instituições canadenses implantou projetos-piloto do programa em 13 institutos federais. Desde então, cerca de 1.200 mulheres já foram beneficiadas com cursos profissionalizantes em áreas como turismo e hospitalidade, gastronomia, artesanato, confecção e processamento de alimentos.

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