As lideranças das frente pró e contra a divisão do Pará dizem estar otimistas neste domingo (11) com a votação que decidirá se o estado deve se desmembrar em mais dois. O plebiscito, que começou às 8h (9h no horário de Brasília), transcorre, segundo a Justiça Eleitoral, com tranquilidade.
O presidente da frente contra Tapajós, deputado estadual Celso Sabino (PR), votou por volta das 9h (horário local) em Belém e disse estar preocupado com a abstenção, na casa dos 20%, segundo ele. Na última quinta-feira (8), cidades do estado comemoraram o feriado de Nossa Senhora da Conceição. "A abstenção preocupa, mas fizemos um bom trabalho na campanha.
Já o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), presidente da frente contra Carajás, considerou o dia de votação "bastante tranquilo" e disse que a abstenção não preocupa. "O índice de abstenção deverá ser semelhante no estado todo, mas a expectativa é de vitória."
O deputado também citou que o plebiscito ampliou um sentimento separatista no estado. "Esse sentimento é antigo. Mas com o fim [do plebiscito], esperamos que as pessoas voltem com energia para um trabalho de união. Não há vitoriosos e vencidos."
O deputado estadual Lyra Maia (DEM) líder da frente a favor de Tapajós também já votou nesta manhã em Santarém e declarou estar otimista com o resultado da campanha.
Fizemos o melhor possível, aqui todo mundo, cerca de 80%, é a favor [da criação de Tapajós]. Se o Brasil tivesse perguntado a Portugal para ter sua independência estaríamos sob o comando de Portugal até hoje." O deputado afirmou não estar preocupado com as pesquisas, que apontam para a manutenção da geografia atual do estado. "Eu prefiro não dar credibilidade a essas pesquisas."
Para ele, a luta para uma divisão do estado já é "histórica". "No caso de Tapajós, a luta é de quase 200 anos. Estamos conseguindo este plebiscito agora. Não é agora que vamos desistir."
O deputado estadual João Salame (PSDB), presidente da frente pró-Carajás, disse que sabia desde o início que a vitória seria difícil. Afirmou, porém, estar otimista. "Vamos ver como fica a abstenção."
"Conseguimos mostrar que o estado hoje é sem capacidade de investimento, sem condições de enfrentar as realidades do estado, as dificuldades." afirmou.
Salame disse ainda que a campanha das frentes contra a separação acabaram por trazer "elementos xenofóbicos" que, segundo ele, acusavam quem queria a divisão de "ladrões". Isso acabaou gerando um sentimento de animosidade entre as três regiões, disse. O deputado ponderou, contudo, que essas três regiões sempre foram bastante distintas em suas estruturas.
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