O consórcio de culturas é prática comum na maioria das pequenas propriedades do Brasil, sendo grande parte do milho e feijão produzidos são provenientes de cultivo em consórcio. Um trabalho de pesquisadores desenvolvido durante dois anos vem mostrar porque o sucesso desse consorcio.
Grande parte da produção de alimentos básicos é oriunda de pequenas propriedades e, por isso, é importante a introdução de técnicas de baixo custo, objetivando o aumento do rendimento. Entende-se por consórcio de culturas o sistema de cultivo em que a semeadura de duas ou mais espécies é realizada em uma mesma área, de modo que uma das culturas conviva com a outra, em todo ou em pelo menos parte do seu ciclo. O consórcio de culturas é prática generalizada em boa parte das pequenas propriedades do Brasil, em especial por pequenos produtores que buscam, com o sistema, redução dos riscos de perdas, maior aproveitamento da sua propriedade e maior retorno econômico, além de constituir alternativa altamente viável para aumentar a oferta de alimentos (Andrade et al., 2001). De acordo com Flesch (1988), o consórcio de feijão com milho é o mais comum dentre as diferentes associações e, por isso, merece atenção especial por parte dos pesquisadores, no sentido de buscar estratégias para melhoria da eficiência desse sistema de cultivo. No cultivo consorciado, as espécies normalmente diferem em altura e em distribuição das folhas no espaço, entre outras características morfológicas, que podem levar as plantas a competir por energia luminosa, água e nutrientes. A divisão da radiação solar incidente sobre as plantas, em um sistema consorciado, será determinada pela altura das plantas e pela eficiência de interceptação e absorção. O sombreamento causado pela cultura mais alta reduz tanto a quantidade de radiação solar à cultura mais baixa como a sua área foliar. Uma vez que a radiação afeta o desenvolvimento da cultura de menor porte, a escolha do melhor arranjo e da época de semeadura é crucial no desempenho do sistema, ou seja, na maximização da produção. O feijoeiro caracteriza-se por ser uma leguminosa de metabolismo fotossintético C3, ou seja, mostra-se menos eficiente na fixação do CO2 em relação ao milho, que é uma gramínea e apresenta metabolismo fotossintético C4. O sucesso desse consórcio está basicamente nas diferenças apresentadas por ambas quanto às exigências e tolerâncias. Neste sistema, nota-se uma competição entre a gramínea e a leguminosa, principalmente em relação à luz, já que a leguminosa apresenta porte bem mais baixo que a gramíne. O feijão pode ser semeado simultaneamente com o milho, no início das chuvas, ou quando o milho já está começando a secar. Um procedimento menos comum é a semeadura do feijão antes do milho. O sistema consorciado de culturas geralmente é empregado por pequenos produtores, que contam com pouca terra, mão-de-obra abundante e pouco capital.
FONTE: http://br.monografias.com/trabalhos/comportamento-milho-consorciado/comportamento-milho-consorciado.shtml
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